2010-03-25

Introdução ao tema

A nossa vida é formada por vários ciclos, períodos de mudança que determinam transformações psicológicas na nossa mente. Conhecimentos que vamos adquirindo, realidades com que somos confrontados e pensamentos profundos sobre os quais respostas ainda não são conhecidas, são razões que nos levam a divagar sobre a nossa existência, sobre a origem do ser e do mundo, entre outros temas.

Sendo que essas questões já foram por nós pensadas e por ser um tema bastante complexo relacionado com a nossa disciplina de filosofia decidimos aprofundá-lo com o objectivo de reflectir na vida e desenvolver as correntes do existencialismo.

Não procurámos obter respostas, aliás estas são inatingíveis. Apenas procuramos reflectir neste tema tão complexo. A verdade é que sempre nos deparamos com esta questão, ''qual o sentido da vida?''. Desde os primórdios dos tempos o homem teve a necessidade de ciar algo que suportasse os seus medos e inseguranças sobre o desconhecido. Assim surgiu a religião, é nela que algumas pessoas confiam e depositam a sua fé quando surgem situações desesperantes. É nela que procuram respostas ou meros sinais.

E é por serem mais importantes as questões, do que propriamente as respostas, que optámos por este tema. Para aprofundá-lo iremos dar a conhecer algumas correntes, suas características e quais os principais medos que levam o ser humano a desistir da sua vida ou a aproveitá-la ao máximo!

2010-03-24

O sentido da vida segundo Aristóteles e Epicuro

Na antiguidade, o sentido da vida consistia em alcançar a verdadeira felicidade.
Aristóteles considerava que esta verdadeira felicidade só seria alcançável num estado de completa apatia, isto é um estado de indiferença sobre tudo aquilo que nos rodeia.
Este filósofo defendia que só a indiferença pelo destino, e uma vida livre de emoções de sensações poderá levar-nos à felicidade.
Com Epicuro, o sentido da vida passa a radicar, não no alcance da felicidade mas na satisfação de desejos e prazeres. Para Epicuro o prazer é a ausência de dor.
Para vivenciar esse prazer é fundamental evitar a dor e para isso não devemos viver com medos ou preocupações.
Porém, não defende uma vida recheada de luxos e excessos, mas uma vida em conformidade com a natureza e com os outros.
Para este filósofo não existia morte pois quando ela existe, ele é que não existe mais. Assim, nós nunca nos encontramos com a nossa morte.
Logo, devemos ocupar as nossas mentes com a nossa vida e desfrutar dela.
Epicuro defendia a ataraxia, isto é, uma ausência de preocupações aliada a uma paz de espírito.
A filosofia de Epicuro tem como base quatro fundamentos que nos permitem livrar de preocupações:

1 – Não há nada a temer quanto aos Deuses ( em geral não interferem na vida humana)

2 – Não há nada a temer quanto à morte (quando a morte chega, cessa a existência)

3 – O prazer é fácil de se obter (se for difícil, não é necessário)

4 – A dor é suportável (se for insuportável, não dura muito)

Seguindo estes fundamentos podemos satisfazer os nossos prazeres e desejos, longe de quaisqueres preocupações e assim encontrar o sentido da vida

Aristóteles/ Epicuro

2010-03-23

O Existencialismo: O que é? Principais características

Devemos em primeiro lugar situar o aparecimento desta corrente filosófica.
O clima era de tensão e medo, vivia-se entre as duas guerras mundiais, e este clima provocou nas pessoas, em certa altura, uma crise existencial.
Pensa-se que foi com Kierkegaard que se deram os primeiros passos com o existencialismo
O existencialismo é uma corrente filosófica que pode ser também entendida por filosofias da existência e que tem como objecto o homem, e a sua relação com os outros procurando encontrar um sentido para o seu viver.
O existencialismo é fortemente influenciado pela fenomenologia pois baseia-se numa atitude de análise e descrição.
Outra das suas influências é o facto de o existencialismo preocupar-se mais com a experiência exterior e subjectiva do que com verdades cientificas e objectivas sobre o universo.
Para os existencialistas o sujeito está implicado na sua própria realização e inclui-se a si mesmo no pensar, não se limitando a uma mera objectivação no campo da reflexão.
O sujeito é o juiz de si mesmo, sendo assim responsável pelas suas acções.
Outra das características do existencialismo é a irredutibilidade do indivíduo. Isto é, considera-se o homem como ser único e separado dos outros, sendo que esse homem não foi planeado por ninguém, como os projectos por si criados, o homem existe em si mesmo.
O existencialismo projecta que, o homem não é o seu próprio fim, uma vez que não existe senão enquanto se projecta para além de si mesmo.
Segundo o existencialismo, o homem existe antes de ser. O homem deve dar à sua existência um sentido, uma vez que não é senão aquilo que ele próprio faz de si mesmo; ser é escolher-se através de um livre compromisso.
O que nos leva a outra característica do existencialismo, a existência como liberdade.
O homem está condenado a ser livre. Desta situação resulta a angústia como experiência metafísica consubstanciada no sentimento da possibilidade de o homem perder a sua própria existência; através da angústia, o homem experiencia o nada e pressente a incerteza das escolhas que o conduzirão ao ser.
A existência é lançada num total abandono de si mesma; isto equivale a dizer que é absoluta liberdade, na medida em que depende exclusivamente de si. Ao defender a subjectividade das verdades, a liberdade torna-se assim ilimitada.
Esta liberdade ilimitada provoca no homem a angústia e ao desespero. O homem ao escolher fugir dessa angústia e desespero,vai procuar a inconsciência de quem ele é.
Liberdade significa, assim, contingência absoluta e, através dela, define-se o ser da existência.
Assim podemos concluir que o homem está condenado a inventar o homem.
Finalmente temos a relação entre o conceito de essência e de existência.
A caracterização fundamental do existencialismo reside, assim, na análise da existência na modalidade de ser-aberto-para-as-coisas-do-mundo, no qual essas coisas se consciencializam; tal existência é o homem concreto, em situação, aberto para as coisas do mundo e para os outros homens. Esta existência cria a sua própria essência num desenvolvimento livre através do tempo.
A própria palavra "ex-istência" mostra-nos que a "existência precede a essência."

2010-03-22

Existencialismo - Os seus principais pensadores

O Existencialismo difundiu-se como o pensamento mais radical a respeito do homem na época contemporânea. Surgiu em meados do século XIX com o pensador dinamarquês Kierkegaard e alcançou o seu apogeu após a II Guerra Mundial, nas décadas de 50 e 60, com Heidegger e Jean-Paul Sartre.
Apesar do precursor do existencialismo, Soren Kierkegaard, ser profundamente cristão, os principais filósofos que o desenvolveram e divulgaram, Martin Heidegger e Jean-Paul Sartre, eram ateus, com uma filosofia materialista, bastante pessimista e de carácter ateu.

Soren Aabye Kierkegaard (1813-1855)

Segundo Kierkegaard, o homem tem diante de si várias opções possíveis, é inteiramente livre, e não se conforma com um predeterminismo lógico, ao qual, segundo alguns filósofos, estão submetidos todos os factos e também as acções humanas. A verdade não é encontrada através do raciocínio lógico, mas sim, segundo a paixão que é colocada na afirmação e na sustentação dos factos: a verdade é subjectiva. A consequência da verdade ser subjectiva reside no facto da liberdade tornar-se assim ilimitada. Consequentemente não se pode,assim, fazer qualquer afirmação sobre o Homem.
O pensamento fundamental de Kierkegaard, e que mais tarde veio constituir um fio orientador do Existencialismo, é o seguinte: não existe um projecto básico para o homem verdadeiro, nem uma essência definidora do homem, porque cada um define-se a si mesmo e torna-se assim uma verdade para si mesmo. Daí a frase conhecida que sintetiza o pensamento existencialista: "no homem, a existência precede a essência".
No caminho da vida há várias direcções a seguir, vários tipos de vida a escolher, três dessas escolhas fundamentais são: o modo de vida estético (do indivíduo que não procura nada senão gozar a vida em cada momento); o modo ético (do indivíduo que é extremamente correcto com a família e dedicado ao trabalho), e o modo religioso (dentro de uma consciência de fé).
A liberdade, segundo este filósofo, gera no Homem a angústia que o pode levar, de várias formas, ao desespero. Então, cada decisão é um risco, o que deixa a pessoa mergulhada na incerteza, pressionada por uma decisão que se torna angustiante. Como no modo de vida estético, ele escolherá assim fugir dessa angústia e desse desespero através do prazer e da procura da inconsciência de quem ele é. Outra forma de fuga é ignorar o próprio eu, tornar-se um autómato, como no modo de vida ético.

Martin Heidegger (1889-1976)

Segundo o filósofo alemão Martin Heidegger, a angústia tem uma origem diferente da liberdade. Para ele a angústia resulta da falta da precariedade da base da existência humana. A "existência" do homem é algo temporário, paira entre o seu nascimento e a morte que ele não pode evitar. A sua vida está entre o passado (nas suas experiências) e o futuro, sobre o qual ele não tem controlo, e onde o seu projecto será sempre incompleto diante de uma morte inevitável.
Como uma filosofia do tempo, o existencialismo incita o homem a existir inteiramente "aqui" e "agora", para aceitar a sua intensa "realidade humana" do presente. O passado representa arquivos de experiências a serem usadas no serviço do presente, e o futuro não é outra coisa senão visões e ilusões para fornecer ao nosso presente uma direcção e um propósito.
Portanto, no homem, o ser está relacionado ao tempo e podemos em três fenómenos, compreender como as coisas do passado, do presente e do futuro se manifestam no homem . A unidade desses três fenómenos constitui a estrutura temporal que faz com que a existência seja inteligível, compreensível. São elas: a afectividade, através da qual o Homem se liga ao passado pelo seu julgamento; a fala, pelo qual se liga ao presente, e o entendimento, que é a inteligência com a qual lida com o seu futuro, com a angústia da sua predestinação à morte. No entanto não nos podemos submeter a condicionamentos do nosso passado; não podemos permitir que sentimentos, memórias, ou hábitos se imponham sobre o nosso presente e determinem o seu conteúdo e a sua qualidade. Não podemos permitir também que a ansiedade dos eventos futuros ocupem o nosso presente, retirando a sua espontaneidade e intensidade. Resumindo, não podemos permitir que o nosso "aqui e agora" seja liquidado.
Para Heidegger, a angústia tem como função revelar o ser autêntico enquanto que a liberdade oferece uma oportunidade ao Homem de se escolher a si mesmo e de se governar a si mesmo.

Jean-Paul Sartre (1905-1980)

Sartre foi o filósofo que mais contribuiu com pensamentos sobre a liberdade e chefiou dentro do existencialismo uma corrente ateísta.
Para este filósofo, bem como para Kierkegaard, a ideia central de todo o pensamento existencialista é que a existência precede a essência. Não existe nenhum Deus que tenha planeado o Homem e portanto não existe nenhuma natureza humana fixa que o Homem deve respeitar.
O Homem está totalmente livre e é o único responsável pelo que faz de si mesmo. É para ele, assim como para Kierkegaard, esta liberdade e responsabilidade a fonte da angústia.
Sartre leva o indeterminismo às suas mais radicais consequências., porque não há nenhum Deus e portanto nenhum plano divino que determine o que deva acontecer, não há nenhum determinismo. O homem é livre. Não pode desculpar a sua acção dizendo que foi obrigado por circunstâncias, movido pela paixão ou forçado de alguma maneira a fazer o que faz.

Existencialismo - Os seus principais pensadores

Reunindo as sínteses do pensamento de cada um destes filósofos podemos listar os principais enunciados desta corrente filosófica:
1.-O ser humano enquanto indivíduo, e não com as teorias gerais sobre o Homem. Há uma preocupação com o sentido ou o objectivo das vidas humanas, mais que com verdades científicas ou metafísicas sobre o universo. Assim, a experiência interior ou subjectiva - e aqui está a influência da fenomenologia - é considerada mais importante do que a verdade "objectiva".
2.-O Homem não foi planeado por alguém, para uma finalidade, como os objectos que ele próprio cria mediante um projecto, mas é ele que se constrói na sua própria existência.
3. O mundo, como nós o conhecemos, é irracional e absurdo, ou pelo menos está além da nossa total compreensão. Nenhuma explicação pode ser dada para o facto de ele ser como é.
4. A falta de sentido, a liberdade consequente da indeterminação, a ameaça permanente do sofrimento, dá origem à ansiedade, à descrença em si mesmo e ao desespero. Há um ênfase na liberdade dos indivíduos, sendo esta a sua propriedade humana distintiva mais importante, da qual não pode, de nenhuma maneira, fugir.

2010-03-21

A crise existencial como resultado da dor, saturação e morte

A dúvida do ser humano relativa à sua posição e importância neste mundo, equivale à tentativa de saber se existe alguma ordem inerente ao universo que confira alguma razão de ser à nossa existência.
A pergunta pelo sentido último da existência decorre de três situações, todas elas susceptíveis de gerarem um sentimento de crise no nosso quotidiano.

A primeira situação que surge é a experiência da dor e da infelicidade. Estas situações são de relevante importância na nossa vida pois podem marcar e martirizar a nossa mente de tal forma que sejamos encaminhados ao abismo. A infelicidade é um resultado da dor, que tanto pode ser física como psicológica, sendo que a mais profunda e difiícil de superar é a psicológica. Os seus danos são por vezes irreversíveis. Este estado de deproção de felicidade é uma opção do homem, provém de uma decisão interior.

A segunda situação que surge é a Saturação, esta pode ser originada pelo supérfluo, pelo excesso, pela total satisfação das necessidades e dos desejos do nosso viver. Esta forma de viver torna-se insuportável, previsível e desmotivante.

A última situação é a certeza da inevitabilidade da morte, já que esta simboliza a perda da plena satisfação das necessidades e desejos humanos. A morte prepara a formulação de outro tipo de sentido.

Perante os problemas da dor, saturação e morte, o ser humano pode ser conduzido a uma situação limite mais radical, relacionando-se com o sentido da existência em si mesma, com a busca de razões que nos levam a preferir a vida ao nada, o ser ao não ser.

A caracterização do absurdo

O absurdo caracteriza-se por :
  • defender a inexistência de um sentido para a nossa vida, e que qualquer especulação sobre este assunto fracassará;
  • ceticismo em torno dos princípios da existência;
  • defender que o ser humano depara-se com a pluralidade, em vez da unidade, com a contingência, fracasso e finitude em vez do absoluto, da salvação e da tranquilidade espiritual.
Modos de ultrapassar a inexistência de um sentido para a vida humana:
  • o suicídio;
  • desprezar o destino, odiar a morte e viver num estado de revolta eterno;
  • criar um sentido para as nossas vidas, mesmo que saibamos que a vida é desprovida de sentido.

O pensamento de Albert Camus

Albert Camus

«Só há um problema filosófico verdadeiramente sério: é o suicídio».
O autor desta frase é Albert Camus, o grande preceptor do absurdo existencial.
Camus defende que quaisquer tentativas que se façam no sentido de procurar um sentido para a nossa vida sairão fracassadas por não existir tal significado.
 "A ausência de uma ordem axiológica prévia à existência do indivíduo e de um Deus capaz de a garantir, a que se junta a inelutabilidade da morte, irremediável e sem esperança, retira o sentido ao mundo"
Este absurdo caracteriza-se por uma cisão do eu com o mundo e pela inutilidade do esforço humano em alcançar um significado para as suas vidas.
O homem é visto por Camus como um indivíduo solitário, destituído de qualquer moral, jamais possuindo qualquer verdade, e sempre angustiado perante o nada. O homem é deste modo um estrangeiro, nome de uma das obras de Camus, relativamente ao mundo.
“O que é, com efeito, o homem absurdo? Aquele que, sem o negar, nada faz pelo eterno”.
Na obra "O homem revoltado",  Camus defende a existência de uma revolva metafisica por parte do homem, isto é,  a revolta do homem contra a sua condição e contra sua criação, ou contra os motivos de sua criação e que justificariam sua condição.
O universo de Camus é um mundo feito de despropósitos, onde nada tem valor ou sentido. Portanto, a existência humana que aí se observa tem ela própria uma natureza absurda.
A sua obra " O mito de Sísifo" desvenda de forma bem esclarecida a sua filosofia: o absurdismo.
Na mitologia grega, Sísifo encarnava a rebeldia e astúcia frente aos Deuses. Tal rebeldia frente aos Deuses, levou Zeus a condenar Sísifo a empurrar um rochedo até o cimo de uma montanha, de onde a pedra caía e teria que ser empurrada novamente. Zeus teria pensado, com as suas razões, que não existe punição mais terrível do que o trabalho inútil e sem esperança.
Camus defende que cada vez que Sísifo desce a montanha para ir buscar a pedra é superior ao seu destino, não existe destino que não se supere pelo desprezo.
Camus vê em Sísifo o ser que vive a vida ao máximo, despreza os deuses e odeia a morte, é assim um herói absurdo.
Sísifo é condenado a uma tarefa sem sentido mas mesmo reconhecendo a falta de sentido, Sísifo continua a executar a sua tarefa diária.
Vale a pena viver a vida frente a sua completa falta de sentido, ou o suicido é uma opção?
Camus responde a esta questão primordial descartando o suicídio e apontando o absurdo como o caminho a ser seguido num eterno estado de revolta.
Sísifo

2010-03-20

A morte como condicionante da vida

Neste âmbito analisaremos duas prespectivas relacionadas com a morte e a sua inevitabilidade. Correlacionadas com as prespecivas estão diversos modos de encarar o sentido da vida. Para uns esta é tida por um fim definitivo, e é a este nível que a ausência de sentido se torna mais provável, e a prespectiva da imortalidade.
Se reflectirmos sobre a morte é normal que sentimentos como o medo, dor e inquietação surgam. Tudo isto porque a ideia de enfrentarmos o desconhecido, pode ser aterrorizante.
Segundo epicuro não existe qualquer razão para ter medo da morte, sobretudo quando esta é analisada racionalmente. Esta prespectiva nega a imortalidade.
''Estúpido é pois aquele que afirma ter medo da morte não porque sofrerá ao morrer mas por sofrer com ideia de que ela há-de chegar.'', Epicuro (1994), Carta sobre a felicidade.

Segundo alguns autores, a ideia de imortalidade surge como uma forma de esconder a finitude do ser humano. A religião segue esta ideia e ''presuade'' o crente garantindo o conforto e a salvação espiritual que encontrarão para lá dos limites temporais e espaciais da vida humana.
A morte é de facto uma condicionante na medida em que cessa por completo a nossa vida, todas as construções que nos esforçamos por edificar, todas as relações que estabelecemos, os laços de amizade e de amor. Porém, podemos estar perante vários situações em que a morte condicione a nossa vida.Tanto pode ser relativa à angústia provocada por uma doença terminal, como a doença de um ente querido, como também o próprio medo do futuro e do que transcende os conhecimentos do homem.
Assim, exitem também várias posições que o ser humano pode tomar, sendo que estas dependem da formação deste, da sua personalidade e maneira de viver.
Estas situações reflectem alguns exemplos em que somos forçados a reflectir sobre o sentido da nossa vida.

Posição da religião acerca da morte

O problema do sentido da existência humana encontra-se, assim, directamente relacionado com a inevitabilidade da morte. As diversas perspectivas que os filósofos adoptaram perante o tema da morte conduziram a diferentes modos de encarar o sentido da vida, uma vez que aquela é tida por uns como um fim definitivo (é a este nível que a ausência de sentido se torna mais provável) e por outros como a passagem da alma para uma dimensão diferente do mundo terreno, o que permite a defesa da imortalidade.

Se é certo que a morte alheia nos pode trazer dor, ao reflectirmos acerca da nossa podemos ser dominados pelo medo. Medo do desconhecido e até, inclusive, medo do nada, o terror de deixar de ser.

Segundo alguns autores, a própria ideia de imortalidade surge como uma forma de esconder a finitude do ser humano. É, no entanto, para a tese da imortalidade que se orienta grande parte das religiões, garantindo ao crente um conforto espiritual e uma salvação que se encontra para lá dos limites temporais e espaciais da vida humana.

Neste contexto da religião, a salvação indica o supremo bem que o ser humano pode atingir, pressupondo a libertação do mal e das redes do pecado e da culpa. À salvação encontram-se associadas a felicidade, a paz, a glória, a beatitude, a imortalidade, a vida eterna.

Todas as religiões respondem à pergunta acerca do sentido do universo como um Todo, da Vida e da História.

2010-03-19

Posição da religião acerca da morte (Epicuro)


Segundo Epicuro, não há qualquer razão para ter medo da morte, sobretudo quando esta é analisada racionalmente. Afinal, jamais coexistimos com ela : «É verdadeiramente em vão que se sofre por esperar qualquer coisa que não nos causa qualquer perturbação!»Nesta perspectiva de Epicuro compreende-se que, quando somos, a morte não o é, e quando a morte é, somos nós que já não existimos. Ela não tem qualquer relação com os vivos nem com os mortos.
«Estúpido é pois aquele que afirma ter medo da morte não porque sofrerá ao morrer mas por sofrer com a ideia de que ela há-de chegar.»

2010-03-16

O sentido da vida na Humanidade, Natureza e em Deus

Todos os seres humanos são condicionados biologica e fisiológicamente. Para além destas condicionantes também são relevantes os aspectos históricos e culturais em que estamos inseridos, que tanto podem fomentar o nosso desenvolvimento, como retardá-lo.
A diversidade de valores subjacentes ao nosso agir e as nossas preferências valorativas levam-nos a orientarmo-nos para determinados horizontes de sentido. Encontramos três horizontes de sentido que, de certa forma, polarizam todas as finalidades da existência, estas são: a Humanidade, Natureza e Deus.
Estes horizontes encontram-se relacionados com a busca incessante do homem pelo sentido da nossa vida, do que nos poderá trazer felicidade e uma vida melhor.

Relativamente à humanidade podemos questionarmo-nos acerca de variados temas, aqui exemplificamos algumas questões pertinentes.

Teremos razões para acreditar no ser humano?

Será que a humanidade evolui na direcção da realização de valores como a paz, liberdade, justiça e solidariedade, ou, pelo contrário, assistimos a uma decadência e degeneração de valore que nos conduzirá à catástofre?

A sociedade prepara os seres humanos para a vida, mas ninguém os ensina a se preparar para a morte. E eles precisam de tanta educação para a morte como precisam para a vida.



Natureza:
Será possível encontrar sentido na Natureza? Poderá o regresso à mãe-natureza constituir uma alternativa aos males do nosso tempo? Mas será possível essa reconciliação com o mundo natural quando estamos numa época marcada pela presença da cultura cientifico-tecnológica?
Vivemos Hoje numa civilização técnica e cientifica de dimensão global.
Partilhamos esperanças, perigos, sonhos e pesadelos. A paixão maior desta civilização é o domínio sobre o tempo. Esse domínio chama-se antecipação do futuro.
A crise ambiental é na sua essência a época de decisões fundamentais em que a humanidade entrou. Essa crise, de que todos somos testemunhas fala-nos do fracasso da configuração incondicionalmente optimista desse projecto moderno de antecipação do futuro.
A acumulação de um poder tecnocientifico inaudito nas mãos humanas, acabou por transformar num horizonte frágil, onde se encontram sombras e perigos.
A crise do ambiente ensina-nos uma atitude humilde, ensina-nos que só poderemos sobreviver através do respeito e da responsabilidade.
No respeito pelos limites objectivos da nossa morada planetária. Na responsabilidade pelas gerações vindouras e pelo conjunto de outras criaturas que dependem de nós.

Deus:
Poderá encontrar-se o sentido na religião, em Deus? Poderá a dimensão espiritual e religiosa conferir uma justificação efectiva à nossa vida finita e contingente?

"Se Deus não existisse, tudo seria permitido"
Tudo é permitido se Deus não existe, fica o homem abandonado, já que não encontra em si, nem fora de si, uma possibilidade a que se apegue. Por outro lado, Deus não existe não encontramos diante de nós valores ou imposições que nos legitimem o comportamento.

Ao Longo da História homens e mulheres passaram pela experiência da dimensão do espírito que parece transcender o mundo terreno. Sem dúvida que ser capaz de conceber conceitos que vão mais além da mundanidade é uma interessante característica da mente humana.
Embora optemos por a interpretar, esta experiência humana da transcendência tem sido um facto da vida. Nem todos a considerariam divina: os budistas negariam que as suas visões e conhecimento tenham fonte sobrenatural e consideram-nos naturais do ser humano. Porém, todas as principais religiões concordariam em que é impossível descrever esta transcendência em linguagem conceptual normal. Os monoteístas chamaram a esta transcendência "Deus", mas rodearam a palavra de importantes reservas. Os judeus, por exemplo estão proibidos de pronunciar o sagrado nome de Deus.
parece que a ideia de Deus está novamente próxima das ideias de religioes que se desenvolveram bastante independentemente. Sejam quais forem as conclusoes a que chegaremos acerca da realidade de Deus, a história desta ideia deve dizer-nos algo importante sobre a mente humana e a natureza da nossa aspiraçao.


2010-03-15

O sentido da vida retratado na pintura

Marc Chagall, A vida, 1964

O sentido da vida retratado na pintura

Gustav Klint, Vida e Morte, 1916

O sentido da vida retratado na pintura

Paul Gauguin, De onde vimos? O que somos? Para onde vamos?, 1887


O sentido da vida na pintura

2010-03-14

O sentido da vida na pintura

O sentido da vida na pintura

" Qual o sentido da vida? - Mas despacha-te que tenho uma reunião importante de dentro de meia hora"

O sentido da vida na pintura

Plano A: Escrever um romance, compôr uma ópera, escalar uma montanha, associar-se a uma organização de paz e curar o cancro.
Plano B: Jogar "World of Warcraft o dia todo"

O sentido da vida na pintura

"Uma vida não examinada pode não valer a pena ser vivida, mas examinar a minha é esgotante."

O sentido da vida na pintura

" -Se a questão sobre o significado de tudo, não sigificar nada, porque voltamos sempre a esta questão? "
-Ela está com uma crise existencial.
- Não te preocupes, tenho uma pistola de água"

O sentido da vida retratado na escultura

Rodin, O pensador

2010-03-13

2010-03-12

O papel e a responsabilidade do Homem nas gerações futuras


Toda a espécie humana é capaz de admitir que deveríamos viver num mundo melhor do que o de hoje em dia. Por isso, no dia-a-dia, o Homem trabalha para que as gerações futuras tenham todas as possibilidades de usufruírem de um sistema socialmente justo, ambientalmente equilibrado e economicamente próspero, por um longo período de tempo. Esse é o princípio do desenvolvimento sustentável.
Independentemente da velocidade e da dinâmica do mundo actual, o Homem tem que reflectir e agir. Reinventar a forma de ser e de fazer, e implantar novas soluções. Soluções que nos levem a um desenvolvimento perpétuo, duradouro e que dê frutos tanto no presente como no futuro.
A sustentabilidade não é uma teoria económica ou um tratado político. Sustentabilidade é uma filosofia de vida, pela qual, basicamente, toda a nossa espécie deve cuidar bem do nosso presente para que as gerações futuras tenham também a possibilidade de usufruir dos avanços tecnológicos e das dádivas da natureza. É um modelo de acção em que todos ganham, tanto as pessoas, como as empresas, bem como a sociedade e o meio ambiente, ou seja, é viver, desenvolver-se e fazer negócios sem esquecer o meio ambiente e a melhoria dos padrões de vida de todas as pessoas.
Também é fundamental a educação. É ela a força transformadora de um país, de uma sociedade e de uma empresa. A educação é essencial para o desenvolvimento da auto-estima e da cidadania. É através desta que podemos formar pessoas e cidadãos cada vez mais conscientes e autónomos.
Quanto mais pessoas, empresas e instituições se envolverem nesta espécie de campanha, melhores condições de vida iremos conseguir no futuro. É assim, bastante importante a contribuição da sociedade mundial, pois se cada pessoa, realizar a sua devida parte, será possível preservar um mundo mais vantajoso para as gerações futuras.

O papel e a responsabilidade do Homem nas gerações futuras (Carl Sagan)

"A Terra é uma anomalia. Em todo o sistema solar, ao que se sabe, é o único planeta habitado. Nós, humanos, somos uma entre milhões de espécies que vivem num mundo em florescência, transbordando de vida. No entanto, a maioria das espécies que existiram não existirão mais. Depois de prosperarem por 180 milhões de anos, os dinossauros foram extintos. Todos sem excepção. Não sobrou nenhum. Nenhuma espécie tem o seu lugar garantido neste planeta. E estamos aqui há apenas 1 milhão de anos, nós, a primeira espécie que projectou os meios para a sua autodestruição. Somos raros e preciosos porque estamos vivos, porque podemos pensar dentro das nossas possibilidades. Temos o privilégio de influenciar e talvez controlar o nosso futuro. Acredito que temos a obrigação de lutar pela vida na Terra - não apenas por nós mesmos, mas por todos aqueles, humanos e de outras espécies, que vieram antes de nós e a quem devemos favores, e por todos aqueles que, se formos inteligentes, virão depois de nós. Não há nenhuma causa mais urgente, nenhuma tarefa mais apropriada do que proteger o futuro da nossa espécie. Quase todos os nossos problemas são provocados pelos humanos e podem ser resolvidos pelos humanos. Nenhuma convenção social, nenhum sistema político, nenhuma hipótese económica, nenhum dogma religioso é mais importante."
(Carl Sagan; 1997, Biliões e Biliões)

O papel e a responsabilidade do Homem nas gerações futuras

«A essência da liberdade, se é que lhe interessa saber, não consiste apenas em ter a galhardia ou a honradez de assumir os próprios erros sem ficar a procurar desculpas a torto e a direito. O indivíduo responsável é consciente do que sua liberdade tem de 'real'. Emprego 'real' no duplo sentido, de 'autêntico' ou 'verdadeiro' e também 'próprio de um rei', aquele que toma decisões sem que nenhum superior lhe dê ordens. Responsabilidade é saber que cada um de meus actos vai-me construindo, vai-me definindo, vai-me inventando. Ao escolher o que quero fazer vou-me transformando pouco a pouco. Todas as decisões deixam marca em mim mesmo antes de deixá-la no mundo que me cerca».
(Fernando Savater em "Ética para meu Filho" - Editora Martins Fontes).

2010-02-28

Frases sobre o sentido da vida: Soren Kiekegaard

Arriscar-se é perder o pé por algum tempo. Não se arriscar é perder a vida...
Soren Kierkegaard

Frases sobre o sentido da vida: Robert Louis Stevenson

Ser aquilo que somos e virmos a ser aquilo que somos capazes de vir a ser, eis a única finalidade da vida.
Robert Louis Stevenson

Frases sobre o sentido da vida:Erich Fromm

Viver é nascer a cada instante.

Erich Fromm

Frases sobre o sentido da vida:E.Bersot

A vida não passa de um instante, mas basta este instante para empreendermos coisas eternas.

E. Bersot

Frases sobre o sentido da vida: Raskin

Aquele que desperdiça o dia de hoje, lamentando o de ontem, desperdiçará o de amanhã, lamentando o de hoje.

P.Raskin

Frases sobre o sentido da vida: Einstein

Só uma vida dedicada aos outros merece ser vivida.

Einstein

Frases sobra o sentido da vida: Frank Clark

"Todos tentam realizar algo grandioso, sem reparar que a vida se compõe de coisas pequenas."

Frank Clark

Frases sobre o sentido da vida: H. Sandburg


"A vida é como uma cebola: tiras-lhe uma camada de cada vez e às vezes choras."

H. Sandburg

Frases sobre o sentido da vida: Harry Benjamin

"Não queira acrescentar dias à sua vida, mas vida aos seus dias. "

Harry Benjamin

Frases sobre o sentido da vida: Vinicius de Moraes

"A vida só se dá a quem se deu."

Vinicius de Moraes

Frases sobre o sentido da vida: autor desconhecido

"O que dá sentido à vida é mais importante que a própria vida."

Frases sobre o sentido da vida: Goethe

"A vida é a infância da nossa imortalidade."
Goethe

Frases sobre o sentido da vida: André Rossato

"Não faças da tua vida um rascunho, pois pode não haver tempo de passar a limpo."

André Rossato

Frases sobre o sentido da vida: Richard Bach

"Eis um teste para saberes se terminaste a tua missão na Terra: se estás vivo, não a terminaste."

Richard Bach

Frases sobre o sentido da vida: Martin Luther King

"Se eu soubesse que o mundo terminaria amanhã, hoje ainda plantaria uma árvore. "


Martin Luther King

Frases sobre o sentido da vida: Confúcio

"Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, e depois perdem o dinheiro para a recuperar. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro.
Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se não tivessem vivido..."

Frases sobre o sentido da vida: Jean de La Bruyère

"A maioria dos homens emprega a primeira metade de sua vida a tornar a segunda metade miserável."
Jean de La Bruyère

Frases sobre o sentido da vida: Plutarco

"É preciso viver, não apenas existir."
Plutarco

Frases sobre o sentido da vida: Autor desconhecido

O que dá sentido à vida é mais importante que a própria vida.
Autor desconhecido

Frases sobre o sentido da vida: Madre Teresa de Calcutá

"Quem não vive para servir não serve para viver."
Madre Teresa de Calcutá

Frases sobre o sentido da vida: Hellen Keller

"A vida ou é uma aventura ousada ou não é nada. "
Helen Keller

2010-02-27

Frases sobre o sentido da vida: Mahatma Gandhi

"Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho."


Mahatma Gandhi

Frases sobre o sentido da vida: Eintein

Só existem duas formas de viver a sua vida. A primeira é pensando que o milagre não existe; a outra é pensando que tudo é milagre.
Albert Einstein