2010-02-02

Análise Crítica (André Leite)

«Qual é o sentido da vida?»
Do meu ponto de vista juvenil é provavelmente uma das perguntas que causam em simultâneo mais desprezo e mais respeito pela filosofia. Por um lado é uma pergunta extremamente vaga e que tem influenciado bastantes disparates. Por outro lado, a necessidade de compreender o sentido da nossa existência é profunda e universal e é capaz de inquietar qualquer alma humana.
Uma dificuldade significativa que rodeia este assunto é a falta de clareza do próprio tema, e as comparações que podemos fazer com outros contextos nos quais procuramos encontrar um sentido, tendem a aumentar a confusão. Quando procuramos o sentido de palavras ou frases tentamos averiguar a forma como normalmente são usadas para comunicar. Porém, a vida não pode ser comparada a uma simples frase. Nada indica que seja usada ou que sirva para representar alguma coisa para além de si própria, e no meu entender não há analogia ou definição que chegue para compreender plenamente esta nossa existência.
Pelo que aprendi e de acordo com cada filósofo que estudei, consegui apreender diversas opiniões e teorias sobre este assunto, que tanta dor e alegria tem causado ao longo do tempo . Desde a teoria de Kierkegaard à de Gabriel Marcel, desde as expressões da pintura à literatura de Albert Camus, tudo passa por um interpretação individual e subjectiva do que de facto fazemos neste mundo.
Mas, como adolescente que sou, compreendo e sempre tentei compreender o que de facto motiva e influencia essa fúria de viver de cada esfera pessoal. É realmente uma tarefa difícil, pois as vivências são de facto, bastante diferentes e não temos a mínima noção do que se passa na mente de cada pessoa. Mas fico-me pelo meu mundo, um mundo ainda bastante precoce, que está em fase de crescimento, um crescimento lento e gradual, mas que perspectiva já uma vida imersa num mar de decisões, de onde irei pescar tanto conquistas e glórias, como mágoas e arrependimentos. Mas se a vida não se alimentasse de tudo isto, poderia dizer que ela tinha algum sentido ? Sinceramente, não . Dispenso também a chamada «linha da vida traçada pelo destino», não passa de mais uma desculpa para o fracasso e para os fracos. Se fomos colocados neste mundo por algo superior ou se nascemos dele, verdadeiramente não importa, importa sim a vontade e a garra que empenhamos ao longo da nossa existência, pois se existimos, existimos por alguma razão...

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