2010-03-21

O pensamento de Albert Camus

Albert Camus

«Só há um problema filosófico verdadeiramente sério: é o suicídio».
O autor desta frase é Albert Camus, o grande preceptor do absurdo existencial.
Camus defende que quaisquer tentativas que se façam no sentido de procurar um sentido para a nossa vida sairão fracassadas por não existir tal significado.
 "A ausência de uma ordem axiológica prévia à existência do indivíduo e de um Deus capaz de a garantir, a que se junta a inelutabilidade da morte, irremediável e sem esperança, retira o sentido ao mundo"
Este absurdo caracteriza-se por uma cisão do eu com o mundo e pela inutilidade do esforço humano em alcançar um significado para as suas vidas.
O homem é visto por Camus como um indivíduo solitário, destituído de qualquer moral, jamais possuindo qualquer verdade, e sempre angustiado perante o nada. O homem é deste modo um estrangeiro, nome de uma das obras de Camus, relativamente ao mundo.
“O que é, com efeito, o homem absurdo? Aquele que, sem o negar, nada faz pelo eterno”.
Na obra "O homem revoltado",  Camus defende a existência de uma revolva metafisica por parte do homem, isto é,  a revolta do homem contra a sua condição e contra sua criação, ou contra os motivos de sua criação e que justificariam sua condição.
O universo de Camus é um mundo feito de despropósitos, onde nada tem valor ou sentido. Portanto, a existência humana que aí se observa tem ela própria uma natureza absurda.
A sua obra " O mito de Sísifo" desvenda de forma bem esclarecida a sua filosofia: o absurdismo.
Na mitologia grega, Sísifo encarnava a rebeldia e astúcia frente aos Deuses. Tal rebeldia frente aos Deuses, levou Zeus a condenar Sísifo a empurrar um rochedo até o cimo de uma montanha, de onde a pedra caía e teria que ser empurrada novamente. Zeus teria pensado, com as suas razões, que não existe punição mais terrível do que o trabalho inútil e sem esperança.
Camus defende que cada vez que Sísifo desce a montanha para ir buscar a pedra é superior ao seu destino, não existe destino que não se supere pelo desprezo.
Camus vê em Sísifo o ser que vive a vida ao máximo, despreza os deuses e odeia a morte, é assim um herói absurdo.
Sísifo é condenado a uma tarefa sem sentido mas mesmo reconhecendo a falta de sentido, Sísifo continua a executar a sua tarefa diária.
Vale a pena viver a vida frente a sua completa falta de sentido, ou o suicido é uma opção?
Camus responde a esta questão primordial descartando o suicídio e apontando o absurdo como o caminho a ser seguido num eterno estado de revolta.
Sísifo

2 comentários:

  1. Sempre admirei a obra de Camus e após ler os livros A peste e O estrangeiro minha admiração aumentou ainda mais. Sou católico e creio muito em Deus, mas sempre compartilhei do pensamento "camuniano". Curioso que muitas coisas que ele expôs em suas obras batem com minhas ideias obviamente sem a genialidade do escritor argelino. Gostei deste post imensamente e parabenizo o autor pela ótima postagem. Abraço!!!

    ResponderEliminar
  2. Qual o pensamento de albert quando ele fala que " vale apena viver

    ResponderEliminar