2010-03-23

O Existencialismo: O que é? Principais características

Devemos em primeiro lugar situar o aparecimento desta corrente filosófica.
O clima era de tensão e medo, vivia-se entre as duas guerras mundiais, e este clima provocou nas pessoas, em certa altura, uma crise existencial.
Pensa-se que foi com Kierkegaard que se deram os primeiros passos com o existencialismo
O existencialismo é uma corrente filosófica que pode ser também entendida por filosofias da existência e que tem como objecto o homem, e a sua relação com os outros procurando encontrar um sentido para o seu viver.
O existencialismo é fortemente influenciado pela fenomenologia pois baseia-se numa atitude de análise e descrição.
Outra das suas influências é o facto de o existencialismo preocupar-se mais com a experiência exterior e subjectiva do que com verdades cientificas e objectivas sobre o universo.
Para os existencialistas o sujeito está implicado na sua própria realização e inclui-se a si mesmo no pensar, não se limitando a uma mera objectivação no campo da reflexão.
O sujeito é o juiz de si mesmo, sendo assim responsável pelas suas acções.
Outra das características do existencialismo é a irredutibilidade do indivíduo. Isto é, considera-se o homem como ser único e separado dos outros, sendo que esse homem não foi planeado por ninguém, como os projectos por si criados, o homem existe em si mesmo.
O existencialismo projecta que, o homem não é o seu próprio fim, uma vez que não existe senão enquanto se projecta para além de si mesmo.
Segundo o existencialismo, o homem existe antes de ser. O homem deve dar à sua existência um sentido, uma vez que não é senão aquilo que ele próprio faz de si mesmo; ser é escolher-se através de um livre compromisso.
O que nos leva a outra característica do existencialismo, a existência como liberdade.
O homem está condenado a ser livre. Desta situação resulta a angústia como experiência metafísica consubstanciada no sentimento da possibilidade de o homem perder a sua própria existência; através da angústia, o homem experiencia o nada e pressente a incerteza das escolhas que o conduzirão ao ser.
A existência é lançada num total abandono de si mesma; isto equivale a dizer que é absoluta liberdade, na medida em que depende exclusivamente de si. Ao defender a subjectividade das verdades, a liberdade torna-se assim ilimitada.
Esta liberdade ilimitada provoca no homem a angústia e ao desespero. O homem ao escolher fugir dessa angústia e desespero,vai procuar a inconsciência de quem ele é.
Liberdade significa, assim, contingência absoluta e, através dela, define-se o ser da existência.
Assim podemos concluir que o homem está condenado a inventar o homem.
Finalmente temos a relação entre o conceito de essência e de existência.
A caracterização fundamental do existencialismo reside, assim, na análise da existência na modalidade de ser-aberto-para-as-coisas-do-mundo, no qual essas coisas se consciencializam; tal existência é o homem concreto, em situação, aberto para as coisas do mundo e para os outros homens. Esta existência cria a sua própria essência num desenvolvimento livre através do tempo.
A própria palavra "ex-istência" mostra-nos que a "existência precede a essência."

1 comentário:

  1. O existencialismo foi uma doutrina filosófica e um movimento intelectual surgido na Europa em meados do século XX, mais precisamente na França.
    Está pautada na existência metafísica, donde a liberdade é seu maior mote, refletida nas condições de existência do ser.
    Características
    O existencialismo sofreu influência da fenomenologia (fenômenos do mundo e da mente), cuja existência precede a essência, sendo dividido em duas vertentes:
    existencialismo ateu:negam a natureza humana.
    existencialismo cristão: essência humana corresponde um atributo de Deus.
    Para os filósofos adeptos dessa corrente, a essência humana é construída durante sua vivência, a partir de suas escolhas, uma vez que possui liberdade incondicional.
    Em outras palavras, a corrente existencialista prega que o homem é um ser que possui toda a responsabilidade por meio de suas ações. Assim, ele granjeia durante sua vida um significado para sua existência.
    Para os existencialistas, a existência humana é baseada nas angústias e no desespero. A partir da autonomia moral e existencial, fazemos escolhas na vida e traçamos caminhos e planos. Nesse caso, toda escolha implicará numa perda ou em várias, dentre muitas possibilidades que nos são postas.
    Assim, para os existencialistas, a liberdade de escolha é o elemento gerador, no qual ninguém e nem nada pode ser responsável pelo seu fracasso, a não ser, você mesmo.
    Principais Filósofos Existencialistas
    Sören Kierkegaard
    Considerado o “Pai do Existencialismo”, Sören Kierkegaard (1813-1855) foi um filósofo dinamarquês. Fez parte da linha do existencialismo cristão, no qual defende, sobretudo, o livre-arbítrio e a irredutibilidade da existência humana.
    Da mesma maneira que outros existencialistas, Kierkegaard focou na preocupação pelo indivíduo e pela responsabilidade pessoal. Segundo ele: “Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente. Não ousar é perder-se.”
    Jean-Paul Sartre
    Um dos maiores representantes do existencialismo, Sartre (1905-1980) foi filósofo, escritor e crítico francês. Para ele, estamos condenados a ser livres: “Condenado porque não se criou a si próprio; e, no entanto, livre, porque uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto fizer.”
    Simone de Beauvoir
    Companheira de Sartre, Simone de Beauvoir (1908-1986) foi filósofa, escritora, professora e feminista francesa nascida em Paris.
    Personalidade ousada e libertária para sua época, Simone cursou filosofia e enveredou pelos caminhos do existencialismo e da defesa da liberdade feminina. Segundo ela: “Não se nasce mulher: torna-se”.
    Essa frase corrobora sua tendência existencialista, cuja existência precede a essência, essa última sendo algo que se constrói durante a vida.
    Albert Camus
    Filósofo e romancista argelino, Camus (1913-1960) foi um dos principais pensadores do “absurdismo”, uma das ramificações teóricas do existencialismo. Foi amigo de Sartre com quem discutiu muito sobre os aspectos e a essência do ser.
    Em seu ensaio filosófico “Mito de Sísifo” (1941) aborda sobre os diversos absurdos da vida, segundo ele:
    “Como deve viver o homem absurdo? Claramente, não se aplicam regras éticas, como todas elas são baseadas em poderes sobre justificação. “Integridade não tem necessidade de regras”. “Tudo é permitido” não é uma explosão de alívio ou de alegria, mas sim, um amargo reconhecimento de um fato.”
    Albert Camus ganhou o Prêmio Nobel de Literatura, em 1957.
    Merleau-Ponty
    Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) foi filósofo e professor francês. Fenomenólogo existencialista, junto à Sartre, fundou a revista filosófica e política “Os Tempos Modernos”.
    Centrou sua filosofia na existência humana e no conhecimento. Para ele, “A Filosofia é um despertar para ver e mudar o nosso mundo.”
    Karl Jaspers
    Filósofo existencialista, professor e psiquiatra alemão, Karl Theodor Jaspers (1883-1969), acreditava na fusão entre a fé filosófica e a crença religiosa.
    De acordo com ele, a fé é a expressão máxima da liberdade humana, sendo o único caminho que leva à certeza existencial e à transcendência do ser.

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